“Ando errante como ovelha desgarrada; procura o teu servo, pois não me esqueço dos teus mandamentos.” Salmo 119. 176.
“Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os levará no seio; as que amamentam ele guiará mansamente.” Isaías 40.11.
“Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois, mas eu sou o vosso Deus, diz o SENHOR DEUS”. Ezequiel 34. 31.
A figura do pastor conduzindo o rebanho não era nova para os judeus. Estes três importantes textos do Antigo Testamento terminam de modo semelhante, comparando os homens a ovelhas e colocando o Senhor como pastor.
Se nos aprofundarmos nesta comparação veremos que ela não é muito lisonjeira. Ovelhas não são seres que primam pela inteligência e geralmente assumem um comportamento grupal. Da mesma maneira o homem do mundo vê de modo bastante pejorativo aqueles irmãos que seguem cegamente a um líder sem questioná-lo, rotulando-os de “fanáticos”. Mas quando comparamos o homem a Deus não podemos deixar de dar razão a esta comparação, afinal, o que é o homem diante de Deus? Talvez não uma ovelha, mas uma simples e microscópica bactéria de vida efêmera. Mas o fato é que Jesus em seu ministério retoma esta comparação e a aprofunda maravilhosamente para o nosso entendimento.
Abra agora em Lucas 15. 1 a 10.
“Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”
O perdão pela dívida existencial já nos foi concedido. Sem sacrifícios, sem que o tivéssemos pedido, sem necessidade de arrependimento. Só precisamos aceitá-lo, e fazemos isto reconhecendo-o e estendendo-o ao nosso irmão.
O perdão para o pecado é um pouco diferente.
Concentrando-nos na parábola da ovelha perdida, fica-nos clara a mensagem de que pecado é tudo aquilo que nos afasta de Deus.
Jesus comparou a ovelha perdida ao pecador. O pecador é portanto aquele que se afasta de Deus e do Seu rebanho (no caso a Igreja).
Você já procurou uma ovelha no deserto?
Eu nunca o fiz, mas acredito que se a ovelha não quiser ser encontrada e ficar quieta, deitada atrás de um monte de areia, dificilmente vou encontrá-la.
Se a ovelha resolver voltar ao rebanho, terá que se “arrepender” de sua fuga e começar a balir, e bem alto, para que o pastor a encontre antes das feras selvagens.
Mas para balir alto, a ovelha precisa ter a esperança de ser encontrada (confiar que seu pastor a procura), pois o risco de balir alto no deserto é ser encontrado pelos predadores.
Da mesma maneira, o pecador para ser perdoado, precisa arrepender-se, ter fé, e orar a Deus, para que dele tenha misericórdia e o salve de sua própria perdição.
Os pré-requisitos para o perdão dos pecados são o reconhecimento da situação de pecador (perdição) e o arrependimento (propósito de voltar ao aprisco). Mas a salvação não depende só da ovelha, pois requer um esforço do pastor, que abdica de seu repouso e sai pelo deserto procurando-a (calvário). A metáfora é exatamente esta: a ovelha perdida (pecador), arrependida de afastar-se do pastor (sofrendo as conseqüências do pecado), precisa confiar (ter fé), e balir (orar), para que o pastor (Jesus) a salve da perdição.
O pecado (afastamento de Deus) tem um preço alto, que é o sacrifício de Jesus.
O nosso pecado custou o sangue de Jesus. Será que é difícil conceber isto?